terça-feira, 30 de outubro de 2012

Polícia Civil apreende avião com cerca de 400 quilos de cocaína

 A Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso apreendeu uma aeronave monomotor Cessna 206, com cerca de 400 quilos de cocaína, em uma fazenda na região de Rosário Oeste (128 km a Oeste). Nesta segunda-feira (29), o piloto do avião, um boliviano que se identificou como José Carlos Fernandez, fez um pouso forçado depois de uma pane seca.

Os funcionários da fazenda ao avistarem a aeronave, abordaram o boliviano que se emprenhou no mato, após confessar que avião transportava a droga vinda da Bolívia.


A Polícia Civil foi acionada e equipes da Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE), Gerência de Operações Especiais (GOE), Companhia Integrada de Operações Aéreas (CIOPaer), Delegacia de Rosário Oeste, e Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) se deslocaram até a fazenda, distante a 200 quilômetros de Cuiabá. 



No local, os policiais constataram que o avião carregava sacos plásticos com vários tabletes de cocaína. A droga será trazida para Cuiabá e pesada no Instituto de Medicina Legal (IML), onde também o delegado Gustavo Francisco Garcia, passará mais detalhes à imprensa.

O piloto do avião foi preso em flagrante e vai responder por tráfico internacional de drogas. Com ele foi apreendido uma pistola 9 milímetros. O flagrante será feito na Polícia Federal. (Luciene Oliveira/PJC-MT)

domingo, 28 de outubro de 2012

Cuidados com o motor a pistão

A ausência de sensores de temperatura na maioria das aeronaves antigas explica a elevada ocorrência de panes

Por Jorge Filipe Almeida Barros

As estatísticas de acidentes aeronáuticos do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) apontaram uma alta incidência de falhas de motores em 2011. Todos eram convencionais e equipavam pequenas aeronaves. A opinião geral entre mecânicos é que motores a pistão emitem sinais de panes que estão por vir. Vibrações excessivas, funcionamento áspero, falhas ocasionais e a cor interna dos escapamentos podem significar sintomas de que algo não anda bem. Isso reforça a ideia de que o operador tem como acompanhar a saúde de um motor: manter-se atento a esses e a outros sinais. Uma maneira simples é abrir e inspecionar o filtro retirado de uma troca de óleo. É fundamental certificar-se de que ele não apresenta limalhas significativas.

 
Motor Lycoming

A origem das limalhas é fácil de entender. Dentro dos motores, as partes mecânicas que se atritam são fabricadas em diversos tipos de metal. Se por algum motivo a fricção entre as partes não for mantida a níveis baixos, os metais começam a se decompor. O tipo de material encontrado no filtro dirá de onde vêm as fagulhas. Isso dará condições para que a oficina eleja qual área do motor será inspecionada meticulosamente. Motor Lycoming Basicamente, são duas as grandes áreas de desgaste. A primeira é o volume interno do bloco. Lá estão o eixo de manivelas e o eixo de comando de válvulas. O eixo de manivelas é girado pelas bielas, que lhe transmitem a força da explosão do combustível, ocorrido nas cabeças dos cilindros.

Esse eixo é grande e bastante resistente, mas está apoiado em partes firmes do bloco por meio de pastilhas arredondadas, chamadas bronzinas. Altos níveis de atrito nesses pontos causam desgastes e folgas que, por sua vez, vão gerar vibrações e podem levar a quebra de componentes internos ou travamento do eixo de manivelas. O mesmo pode acontecer com o eixo de comando de válvulas. Instalado na parte mais alta do motor, é ele que aciona hastes metálicas que vão comandar as válvulas de admissão e escapamento das câmeras de combustão dos cilindros do motor. Na medida em que esse eixo se desgasta, suas dimensões se reduzem e as válvulas deixam de ser abertas na amplitude necessária. Então, o volume de combustível a entrar é reduzido e a mistura já queimada tem dificuldades em sair para o escapamento.

 
Boroscópio

O motor começa a perder força em ambos os casos, e deixa de ter o desempenho que o piloto espera. Esses dois eixos foram dimensionados para resistir a aproximadamente 2.000 horas de operação, período chamado de “tempo entre grandes revisões” ou TBO (Time Between Overhaul). Mas a resistência dos eixos pode diminuir se a operação do avião não acontece como o seu fabricante espera. Boroscópio Já foi comprovado que os resíduos de carbono da combustão interna dos motores aeronáuticos a pistão, combinada com a umidade do ar impregnada no óleo, produzem ácidos. O óleo passa a abrigar, então, ácidos, que passam a corroer as partes internas do motor. Para preveni-los, deve-se manter o óleo livre de umidade. Daí a importância de evitar longos períodos de inatividade. A Lycoming orienta os clientes a voarem pelo menos uma hora por mês e, a Continental, uma hora por semana. Independente do uso da aeronave, o óleo deve ser substituído em, no máximo, quatro meses. É comum que alguns operadores se esqueçam desse período, fazendo a substituição apenas a cada 50 horas. Também são frequentes os casos de aeronaves que por restrições administrativas ou submetidas a grandes serviços de manutenção ficam inativas por longos períodos.

O PRÓPRIO OPERADOR PODE CUMPRIR OS PROCEDIMENTOS, QUE SÃO SIMPLES, COMO CORRIGIR CORRETAMENTE A MISTURA PARA O REGIME DE POTÊNCIA EMPREGADO NA ALTITUDE QUE SE PRETENDA VOAR

O maior desgaste, porém, concentra-se na cabeça dos cilindros. Nessa área, ocorrem as sucessivas explosões que provocam a expansão dos gases e o deslocamento dos pistões. O cilindro de um motor que gira com 2.700 rpm, por exemplo, ao longo de 2.000 horas de operação terá sofrido 162 milhões de explosões internas. Os impactos mecânicos provocam elevado estresse no metal, que se estiver fora da temperatura correta, pode sofrer danos prematuros. É conhecida como CHT (Cilinder Head Temperature) e se refere à temperatura da massa metálica da parte superior do cilindro. Um CHT baixo, ainda que reduza os desgastes, não permite uma grande expansão dos gases e deixa o motor fraco. Por outro lado, a elevada temperatura vai causar danos irreversíveis. A válvula de escape sofre deformação nas superfícies de contato com a sede e perde o assentamento.

 
Cabeça do cilindro fraturada por elevada CHT: note os resíduos de carbono em cor
dourada e o local do termômetro de CHT, ausente na época da falha

Isso a impede de reter a mistura de ar com combustível durante a fase de compressão. O motor deixa os gases escaparem antes de serem queimados e as explosões se enfraquecem. Cabeça do cilindro fraturada por elevada CHT: note os resíduos de carbono em cor dourada e o local do termômetro de CHT, ausente na época da falha Corrosão interna do cilindro causada por longa inatividade Danos também podem ocorrer à haste da válvula. Se fraturada, libera fragmentos que causam impacto direto no pistão. O CHT elevado também danifica anéis de segmento e plugues metálicos e pode deformar as superfícies internas do cilindro.

 
Corrosão interna do cilindro causada por longa inatividade


Tais danos podem ser identificados com um simples exame de boroscópio. O aparelho é composto de uma minúscula câmera de alta definição, instalada na ponta de uma haste flexível e introduzida na cabeça do cilindro pelo orifício de instalação das velas de ignição. As imagens internas são vistas em um monitor ao lado. Esse exame é muito pertinente àqueles que pretendem adquirir uma aeronave usada. Para o operador de qualquer aeronave movida a pistão, é fundamental se assegurar que o piloto saiba e cumpra os procedimentos para evitar o CHT elevado. São procedimentos simples, como corrigir corretamente a mistura para o regime de potência empregado na altitude que se pretenda voar. Os manuais de operação trazem explicações simples de como o fazer. No entanto, em sua maioria estão escritos em inglês e, para algumas aeronaves, os procedimentos corretos fazem elevar a carga de trabalho do piloto. Este, por sua vez, só pode monitorar o CHT se a aeronave possuir sensores de temperatura. Mas a maior parte delas não tem. Isso explica a grande ocorrência de panes em motores de aeronaves antigas. O conhecimento do funcionamento e de técnicas de operação de motores aeronáuticos deve ser do interesse de qualquer pessoa envolvida com a operação aérea. Antes de tudo, é um bom investimento na obtenção de produtividade e segurança.

Aeromagazine

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

DC-10 NO BRASIL - REVISTA FLAP INTERNACIONAL

A história do trijato da Douglas no País


Matéria do mês da Revista Flap Internacional.


Foto: Airliners.net

Robôs que manobram aviões chegam ao Brasil

Dispositivos operados por controle remoto vão movimentar aeronaves de até 22,6 toneladas


title=

Uma parceria entre a SynerJet e a Trace Towbots vai trazer para a América Latina robôs operados por controle remoto para movimentar e manobrar aeronaves de pequeno porte. Os equipamentos oferecem precisão que permite ao operador levar seu avião do hangar à pista ou vice-versa. Com motores elétricos 24V e 28V DC, os robôs são silenciosos e regulados para partidas e paradas macias. Um dos destaques dos robôs Trace Towbots, segundo o fabricante, é a "capacidade de girar a aeronave ao redor de sua própria envergadura, sem que, durante a curva, seja excedido o comprimento do nariz à cauda, economizando o espaço necessário para realizar manobras". Um operador controla à distância as manobras com aviões de até 50 mil libras, pouco mais de 22,5 toneladas. O controle remoto, similar ao de veículos de modelismo, dispõe de um mini-volante e um gatilho. A SynerJet, que integra o Grupo Synergy e também representa no Brasil a Bombardier, a AgustaWestland e Pilatus, será o distribuidor oficial da Trace Towbots na América Latina.


Aeromagazine

domingo, 21 de outubro de 2012

Passaredo entra com pedido de recuperação judicial para evitar quadro de falência

 A companhia aérea regional precisará reestruturar sua operação após a dívida chegar a R$ 100 milhões.

A companhia aérea regional Passaredo entrou com um pedido de recuperação judicial para evitar um quadro de falência. A empresa precisará reestruturar sua operação após a dívida chegar a R$ 100 milhões. A companhia informou que os voos estão mantidos e os passageiros não serão afetados. A Passaredo é a quinta maior companhia aérea do País.

CBN - Economia

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Campo dos Amarais tem aumento de 47% no movimento de passageiros

Aeroporto em Campinas é um dos maiores em voos executivos em SP.
Crescimento na movimentação é referente entre janeiro e setembro de 2012.

Do G1 Campinas e Região

Avião pousa no Aeroporto Estadual Campos dos Amarais, em Campinas (Foto: Luciano Calafiori/G1 Campinas)
Avião pousa no Aeroporto Estadual Campos dos
Amarais, em Campinas (Foto: Luciano Calafiori/G1)

O Aeroporto Estadual Campo dos Amarais, em Campinas (SP), registrou aumento de 47% no movimento de passageiros entre janeiro e setembro deste ano em comparação ao mesmo período em 2011. O balanço divulgado pelo Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp), que administra o aeroporto, aponta que em 2012 foram 20,9 mil embarques e desembarques, contra 14,2 mil no ano passado.

O Campo dos Amarais passa por obras de ampliação e desde o começo de agosto está fechado para operações na pista entre 9h e 17h até que os trabalhos sejam concluídos. Apenas pousos e decolagens de helicópteros estão autorizados no período. O crescimento no fluxo de passageiros no aeroporto em Campinas está relacionado ao aumento da demanda pelo transporte executivo na região de Campinas, segundo o Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo. No entanto, nos nove primeiros meses de 2010, 22 mil pessoas embarcaram e desembarcaram no Amarais.

De acordo com o Daesp, o Campo dos Amarais é um dos mais importantes na aviação geral e executiva do estado e o quarto em movimento dos terminais administrados pelo órgão em voos não regulares, com média de 55,3 mil movimentos de aeronaves/ano. Nos 31 aeroportos paulistas administrados pelo órgão, o aumento no movimento de passageiros foi de 13% entre janeiro e setembro deste ano.

Ampliação de pistas e pátios do Aeroporto Campo dos Amarais, em Campinas, têm início (Foto: Marcelo Ferri / EPTV)
Ampliação de pistas do Aeroporto dos Amarais, em
Campinas, têm início (Foto: Marcelo Ferri / EPTV)

 As obras de ampliação dos sistemas de pistas e pátios do Aeroporto Campo dos Amarais começaram no dia 29 de agosto. Os trabalhos vão custar R$ 7,7 milhões e devem ser finalizados em sete meses com entrega prevista para março de 2013. O prazo foi definido pelo Daesp no edital da concorrência. Os serviços de terraplanagem, limpeza do terreno e topografia foram iniciados no dia 23 de agosto.
No projeto de ampliação estão itens que visam melhorar as etapas de voos e performance dos jatos executivos, como o aumento da pista de pouso e de táxi paralela, do pátio de aeronaves, além de via de acesso aos hangares.

Projeto

 O projeto prevê a ampliação da pista de pouso de 1,2 quilômetro por 30 metros para 1.650 quilômetro por 30 metros, ampliação do pátio de aeronaves de 4.480 m² para 10.160 m² e alargamento das pistas de rolamento de 10 metros para 16 metros. O aeroporto também terá ampliação da pista de táxi paralela em 450 metros, ampliação da via de acesso aos hangares, construção das vias de serviço para veículos operacionais, ampliação da iluminação do pátio e balizamento noturno, além da implantação de infraestrutura para novos hangares.

Avião cai e mata duas pessoas na Região Metropolitana de Curitiba

Aluno e instrutor faziam um voo de treinamento.
Helicóptero que ajudaria no resgate fez pouso de emergência.

Do G1 PR
Segundo o Cindacta, treinamento deveria ter durado meia hora (Foto: Marco Aurélio Garcia/RPC TV)Segundo o Cindacta, treinamento deveria ter durado meia hora (Foto: Marco Aurélio Garcia/RPC TV)
 
Duas pessoas morreram na queda de um avião monomotor, no início da noite desta quinta-feira (18), na Estrada do Corredor, área rural de Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba. Segundo o Corpo de Bombeiros, instrutor e aluno estavam a bordo do avião que decolou do Aeroporto do Bacacheri, em Curitiba. Os corpos ficaram presos nas ferragens.
De acordo com o 2º Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II), era um voo de treinamento com duração de meia hora. O avião pertencia ao Aeroclube do Paraná que tem hangar no Aeroporto do Bacacheri.

Ainda segundo os Bombeiros, o helicóptero do Grupamento Aéreo da Polícia Militar do Paraná (GRAER) foi acionado para prestar socorro. Na volta, o helicóptero precisou fazer um pouso de emergência, em Bocaiúva do Sul, também na Região Metropolitana de Curitiba, por causa de uma pane. Ninguém ficou ferido no incidente.

Eclipse EA-500 obtém certificação brasileira

Eclipse Total EA500. Imagem: Eclipse Aerospace.

A Eclipse Aerospace, fabricante pioneira entre os jatos executivos leves, reconhece no Brasil um mercado promissor para suas aeronaves


A empresa Eclipse Aerospace recebeu a certificação de tipo para seu jato bimotor “Total Eclipse”. A fabricante de Albuquerque, NM, trabalhou junto à ANAC para certificar o EA-500 e o Sistema de Gerenciamento Integrado Avio Eclipse (IFMS).
A Eclipse oferece a mais recente versão do EA-500 configurado com o IFMS e certificado para voo em condições de gelo conhecidas (FIKI). Além disso, o jato é oferecido completo, com uma garantia “do nariz à cauda”, pintura nova e novo interior.
“Estamos extremamente orgulhosos da velocidade com que nossa equipe de engenharia e nosso Grupo de Certificação Internacional trabalhou durante o processo de validação, disse Ken Ross, presidente da Eclipse para servições globais. “Obtivemos um tremendo interesse e empolgação por parte da comunidade da aviação corporativa e privada, e estamos ansiosos pela introdução do EA500 no Brasil”.
A Eclipse Aerospace oferece também o Eclipse 550, a nova versão de produção do Total Eclipse, cujas primeiras entregas estão estimadas para meados de 2013.
O “Eclipse Total” é a versão “renovada” de fábrica do jato homônimo que foi um dos pioneiros na onda que ficou conhecida como VLJ (Very Light Jets). Após sérias dificuldades com a integração dos motores que não ofereciam o empuxo necessário, o custo de desenvolvimento da aeronave original (monomotor) se tornou insustentável. A empresa foi reerguida com uma injeção de capital e nova diretoria, e algumas das aeronaves bimotoras até então comercializadas foram re-adquiridas pela empresa, passando por um “overhauling” que culminou no EA-500, onde o “500″ quer dizer que a aeronave tem menos de 500 horas de operação.
O custo de aquisição da aeronave é de US$ 2,15 mi.
Fontes: AOPA, Aviacao.org e Eclipse Aerospace

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Aproximação com curva

Novos procedimentos RNP APCH no aeroporto Santos Dumont permitem que as aeronaves voem trajetórias sinuosas


Por Jorge Filipe de Alemida Barros

Já estão publicados, desde 3 de maio de 2012, os novos procedimentos de aproximação RNP para o aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro (RJ). Eles foram desenvolvidos para atender a uma demanda antiga desse aeródromo, cujas condições de clima, relevo e posição geográfica historicamente impedem o pleno aproveitamento da sua capacidade de operação. E permitem que as aeronaves voem trajetórias sinuosas, traçadas com o objetivo de evitar o sobrevoo de relevo acentuado, enquanto descem para altitudes menores do que as dos procedimentos convencionais. Tais procedimentos fazem parte de um projeto da ICAO (Internacional Civil Aviation Organization) que prevê a mudança na metodologia da radionavegação. A nova metodologia chama-se PBN (Performance Based Navigation) e se baseia na técnica de navegar entre coordenadas geográficas, em vez de bloquear auxílios à navegação. Para ser capaz disso, os equipamentos embarcados devem considerar os sinais dos VOR/DME e/ou satélites dedicados de forma contínua e automática, processando-os num computador a bordo. O processo irá definir a posição da aeronave, em coordenadas geográficas, e não mais por rádios ou QDR. As sucessivas informações de posição permitem ao computador identificar rumo, velocidade no solo, raios de curva da aeronave etc. Portanto, o PBN retira do piloto a incumbência de analisar ponteiros e deduzir a posição aproximada de sua aeronave.

O equipamento a bordo pode ter diferentes níveis de complexidade. Os mais simples navegam apenas lateralmente, ou seja, identificam os deslocamentos horizontais da aeronave e projetam o rumo sobre uma imagem de um mapa móvel, mas não contabilizam as variações de altitude. Resta ao piloto, então, comandar na hora certa a subida ou a descida, por meio da ação direta no manche ou pelo piloto automático. Para realizar as aproximações RNP (Required Navigation Performance), do tipo aprovado no Rio de Janeiro, o equipamento da aeronave deve ter capacidade de seguir as trajetórias horizontais e verticais, estabelecidas nas cartas de aproximação. Essas cartas devem estar carregadas na base de dados do computador. Ou seja, o piloto não deve tocar nos comandos enquanto o computador envia os dados ao piloto automático. A manutenção do centro dessas trajetórias depende do nível de PBN aplicado na rota a ser voada. Podem ser aceitos erros laterais na execução da navegação em rota, chegadas (STAR) e aproximações de acordo com os valores que as cartas permitem. Rotas publicadas como RNAV 5, 2 ou 1 permitem que o equipamento de bordo pratique um erro máximo respectivo aos números, em milhas náuticas. Da mesma forma as chegadas já publicadas como RNP 1 ou as aproximações RNP 0,3 ou 0,1. Essas últimas são chamadas de RNP APCH (RNP APPROACH).

No aeroporto Santos Dumont, os novos procedimentos são do tipo RNP APCH 0,1, indicando que o equipamento deve ter condições de se manter dentro de um erro lateral máximo de 0,1 milha náutica (cerca de 18 metros horizontais). A aviônica instalada pode se basear em sinais dos satélites de navegação GPS (EUA) ou GLONASS (Rússia), em sinais de VOR/DME da região do aeroporto, de informações de sistemas inerciais ou de todos eles combinados. Tratando-se de satélites, há de se considerar os erros de posição, causados pela refração sofrida pelos sinais ao atravessarem a ionosfera e a reflexão provocada pelo relevo acidentado, dentre outros. Por isso, as trajetórias verticais previstas nas aproximações RNP tratadas aqui ainda devem se basear nos altímetros. Mas num futuro breve, quando o sistema de aferição do sinal GPS (ainda em teste no aeroporto vizinho do Galeão) estiver certificado, o Decea poderá permitir que as trajetórias verticais considerem a altimetria GPS. Isso poderá reduzir a DA (Decision Altitude) de 300 pés atuais para apenas 100 pés. Ou seja, o desempenho será compatível com aproximações ILS CAT I.

Ora, sabemos que sistemas ILS exigem a instalação de várias antenas em sítios distantes entre si, significando altos custos de manutenção e vulnerabilidades diversas, como a falta de espaço físico disponível ou mesmo danos causados por vandalismo. Nesse aspecto, as aproximações RNP APCH são mais eficazes, uma vez que podem ser estabelecidas para todas as pistas de um aeródromo, sem necessidade de grandes investimentos de infraestrutura. Mas há uma vantagem em especial que as distingue: a possibilidade da aproximação final ser realizada em trajetórias curvilíneas. Numa aproximação ILS, a aeronave precisa estar estabilizada por volta de 10 milhas náuticas, já alinhada com a cabeceira. No RNP APCH, no entanto, as manobras são realizadas mais próximas do aeródromo, com trajetórias inteligentes e mais seguras.



PBN se baseia na técnica de navegar entre coordenadas geográficas, em vez de bloquear auxílios à navegação. Abaixo, um dos novos procedimentos de aproximação RNP para o aeroporto Santos Dumont publicados pelo Decea


Ainda que a facilidade de execução seja maior, há de se ter cuidados adicionais no preparo da aeronave e tripulação. Se a boa qualidade dos sinais emitidos pelos auxílios no solo é garantida pelo Decea, o órgão ainda não tem como garantir a integridade do sinal do sistema GPS, uma vez que ele não nos pertence. Por isso, a aviônica deve estar equipada com softwares que realizem testes e identifiquem falhas. Esses recursos devem também verificar contradições entre os sinais recebidos dos auxílios e de sistemas inerciais. Um equipamento embarcado, aprovado como RNP, deve possuir recursos de identificação de erros laterais máximos, que uma vez ultrapassados façam disparar alertas visuais e sonoros. Cabe ao piloto analisar os variados níveis de degradação da capacidade de navegação e proceder conforme o que tiver sido estabelecido pela sua companhia aérea. Isso exige treinamento específico para cada local onde o RNP APCH será realizado. Por isso, os novos procedimentos discutidos aqui são chamados RNP APCH "AR", ou seja, aeronave e tripulação devem estar aprovados para realizá-lo na localidade pretendida. Ainda que publicados em caráter ostensivo, só podem ser praticados pelos operadores aprovados pela Anac.
Mais do que um novo tipo de procedimento, o RNP APCH AR pode ser o início de uma nova era. Veio para permitir o aumento substancial de movimentos nos aeroportos e poderá provocar uma nova abordagem na discussão da infraestrutura aeroportuária.

Aeromagazine

REVISTA FLAP EDIÇÃO Nº 01

Revista Flap Internacional em 1962 lançava sua primeira edição.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Grupo Positivo lança curso superior de aviação

Instituição promete formar pilotos, mecânicos e gestores na área de transporte aéreo


title=

O Centro Tecnológico Positivo (CTP) lança neste mês de outubro três cursos superiores na área da aviação. São eles o Curso Superior de Tecnologia em Pilotagem Profissional de Aeronaves, o Curso Superior de Tecnologia em Manutenção de Aeronaves e o Curso Superior de Tecnologia em Transporte Aéreo, sendo os dois primeiros com duração de três anos e o último com duração de dois anos. Os novos cursos pertencem ao núcleo Academia de Ciências Aeronáuticas (ACA) do CTP. "O mercado está carente de profissionais que desempenhem, com eficácia, as funções de piloto-comandante, gestão de recursos humanos, materiais e financeiros e manutenção especializada. Essas profissões 'estão em alta'", afirma o coordenador dos cursos da Academia do CTP, o professor e comandante Luiz Nogueira Galetto. "No Brasil, há uma escassez de profissionais em todas as áreas da aviação. Países como a China, Arábia, Alemanha e Portugal costumam contratar pilotos brasileiros pelo seu excelente desempenho e adaptação.

São diversas opções", complementa o diretor geral do Centro Tecnológico, professor Ronaldo Casagrande. A Escola Paranaense de Aviação (EPA) assinará as aulas de experiência de voo. Outra parceria também foi acertada com a Faculdade de Ciências Aeronáuticas da PUC-RS para programas de extensão no Laboratório de Microgravidade. Na Academia os alunos usarão uniformes e distintivos específicos, nos moldes de uma empresa aérea. O Curso Superior de Tecnologia em Pilotagem Profissional de Aeronaves terá carga horária de 1.800 horas e preço em torno de R$ 2 mil por mês (com a parte prática). Já o Curso Superior de Tecnologia em Manutenção de Aeronaves terá carga horária de 2.600 horas e preço em torno de R$ 800 a R$ 900 por mês. Finalmente, o Curso Superior de Tecnologia em Transporte Aéreo oferecerá carga horária de 1.800 horas e preço em torno de R$ 650 a R$ 700 por mês.

Aeromagazine

As mudanças na instrução aeronáutica

Novo RBAC 61 exige voos noturnos desde estágios iniciais, procedimentos IFR para pilotos de helicópteros e mais experiência dos instrutores, além de criar a licença de Piloto Tripulação Múltipla

 Baixe o RBAC 61 e confira o que mudou

Decea fornece dados meteorológicos em tempo real

Denominado D-Volmet, novo serviço permite que o piloto tenha acesso às informações de tempo via datalink

Texto Ivan Plavetz

 O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), organização subordinada ao Comando da Aeronáutica (Comaer), já disponibiliza um serviço de informações meteorológicas em tempo real. Denominado D-Volmet, o sistema permite o acesso direto às informações sobre as condições do tempo em rota e nos aeroportos por meio de comunicações por enlace de dados (datalink). Essas informações são disponibilizadas para tripulações de aeronaves equipadas com datalink e Unidade Multifuncional de Visualização de Dados (MCDU- Multifunction Control Display Unit), que é uma interface tripulante-sistema localizada nos painéis. As informações meteorológicas compartilhadas com as aeronaves são constantemente atualizadas no banco de dados do DECEA e podem ser visualizadas nas telas das MCDU (como este da foto, de um A320). O acesso às informações meteorológicas em tempo real permite uma maior coordenação de navegação durante os voos diante de intercorrências, como grandes áreas de turbulências e de instabilidades (CBs), bem como condições de tempo ruim sobre os aeroportos, trazem com frequência atrasos nas saídas e chegadas dos voos. O novo serviço entrou em funcionamento neste início de mês de outubro e cobre as cinco regiões de informações de voo no Brasil, incluindo 150 aeroportos. Antes do D-Volmet, os pilotos podiam obter informações meteorológicas via rádio, utilizando as frequências pré-estabelecidas para a área de cobertura. Esse serviço, chamado de Volmet, continuará a existir, sobretudo para o atendimento secundário (reserva) e para aquelas aeronaves que não possuem equipamentos para a troca de informações por "datalink". O DECEA, unidade do Comando da Aeronáutica responsável pelo controle de tráfego aéreo no Brasil, coordena aeronaves civis e militares numa área de 8,5 milhões de km², assim como a supervisão das principais rotas que cruzam o Atlântico Sul para a África, Europa e Oriente Médio.
Aeromagazine