domingo, 25 de outubro de 2009

Aviação executiva: fundamental no mundo moderno (1/2)

O setor de aviação executiva é um dos que mais crescem no globo e no meio aeronáutico

Imagine se, de repente, as pessoas do mundo inteiro não conseguissem se comunicar via celular ou ficassem sem internet por um mês. Sem dúvida, os prejuízos para a economia seriam incalculáveis. Hoje, é difícil alguém que ignore o telefone móvel. E mais: existem até aqueles que não vivem sem ele. O mesmo acontece com o computador e, por conseqüência, com a internet. Ou ainda há quem pense em um PC ou Macintosh que não seja habilitado para conexão via web?

Pois é. Quando a tecnologia que suscita maior rapidez, agilidade e conforto se insere no cotidiano das pessoas, fica difícil largá-la. É mais ou menos o que acontece no setor de aviação executiva. Depois que o empresário utiliza uma aeronave particular ou fretada, ele não consegue abandoná-la, pois não está disposto a perder horas do seu valioso dia no saguão do aeroporto. Lembre-se: time is money.

Segundo um estudo realizado pela Airbus, 114 aeroportos mundiais concentram 72% do tráfego mundial. O fabricante europeu prevê que, nos próximos 15 anos, o movimento de passageiros dobrará. Outro fator importante diz respeito à ascensão das companhias do estilo low cost, low fare. Com uma política voltada ao serviço básico, que é o de levar o passageiro do ponto A para o ponto B, elas conseguem oferecer tarifas mais competitivas em detrimento de alguns "mimos".

Com isso, muitos clientes de alto poder aquisitivo, que primam pela sofisticação nos vôos comerciais, optam por comprar o seu próprio avião. Além disso, o momento é mais do que favorável. Especialistas indicam que a economia global tem crescido de 3% a 3,5% ao ano.

Isso tudo, somando-se à constante desvalorização do dólar, fez o mercado evoluir muito. O real forte vem facilitando a vida dos brasileiros que, atualmente, podem comprar uma aeronave executiva pela metade do preço que era particado cinco anos atrás.

Nos últimos tempos, as empresas têm se tornado mais globais, montando bases em diferentes cantos do mundo. Muitas delas preferem ter o seu próprio avião para transportar os seus executivos. De acordo com a Embraer, os vôos de aviação corporativa têm crescido em torno de 20% a 30% anualmente.

O setor é tão promissor que o fabricante nacional resolveu apostar alto nesse mercado a partir de 2005. Na época, a área de jatos executivos representava 5% dos seus negócios. Hoje, já chegou a 16%. Foi depois do sucesso do Legacy 600 que ela resolveu apostar nesse segmento. Na seqüência, vieram os Phenom 100 e 300, o Lineage 1000 e, recentemente, ela anunciou o lançamento de dois produtos para as categorias midlight e midsize: o Legacy 450 e o Legacy 500, respectivamente.

Em um ambiente extremamente competitivo, os fabricantes têm investido pesado em tecnologia, criando uma geração de aviões que trazem aviônicos muito mais avançados, estruturas de materiais compostos e projeto aerodinâmico mais eficiente e seguro.

O desenvolvimento de novas aeronaves permite a criação de novos sistemas para a prestação de serviços de transporte aéreo. Nos Estados Unidos, já existem diversas modalidades, com o intuito de aproveitar ao máximo a utilização do equipamento.

Uma delas é uma espécie de pool de táxis-aéreos. As empresas repassam os vôos para outras, cujos aviões estão mais próximos dos clientes. Elas partem do princípio de que é mais vantajoso receber uma pequena comissão do que perder o passageiro por ter de cobrar o trecho de deslocamento até o local de partida.

Outro sistema que tem feito sucesso são os táxi-aéreos regionalizados. Para cobrar um preço mais em conta, eles usam aviões monomotores para operar em regiões menores, diminuindo assim os custos com as "pernas mortas". Conforme a Abag – Associação Brasileira de Aviação Geral –, já existem cinco grupos nos Estados Unidos operando nesses estilos e 11 em formação. Na Europa, 15 estão se preparando para ingressar nesse mercado.

Tiago Dupim

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