sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Governo do Estado do Tocantins demite pilotos

Por Roberto Maranhão

Li na coluna ‘ANTENA LIGADA’ do Jornal do Tocantins (17/10/09) uma nota da demissão pelo Estado do piloto Alberto Augusto Reis, o ‘Albertão’, como é conhecido entre os colegas piloto. Não foi o único diz o colunista e não citaram os outros. Todos foram contratados como assessores especiais do Gabinete do Governador do Estado e foram demitidos pelo atual Governador Interino eleito indiretamente para um mandato tampão por pouco mais de um ano. A nota traz uma esperança, essa situação deve durar até o ano que vem.

Para quem não conhece o Albertão devo esclarecer que é um profissional da aviação que goza de grande respeito entre os colegas. Nasceu em Porto Nacional e já prestou serviço em várias empresas aéreas do Brasil. Albertão é um pioneiro no Estado do Tocantins como piloto, começou a trabalhar no serviço aéreo do Estado bem antes da sua criação. Serviu a todos os governos que sucederam o Governador Siqueira Campos e com esse tinha prestigio, Siqueira só voava com ele principalmente nas temporadas de campanha política quando se deslocava para as pequenas pistas de pouso em aeronaves monomotoras de pequeno porte rumo a pistas ruins, ainda predominantes nos municípios tocantinenses. Albertão tem uma ficha de serviços prestados a esse Estado bem maior do que a do seu Governador Tampão.

Porem, essa historia de demissão de pilotos quando um novo governo assume, não é novidade. Já vi esse filme antes e Albertão também já assistiu. Toda vez que um político assume um governo a primeira atitude é usar seu instrumento de serviço, a (Bravo Índia Charles) caneta para demitir pilotos, e desculpa também, é sempre a mesma ‘contenção de despesas ou enxugar a maquina’. Na curta visão deles não enxergam o importante serviço que os pilotos prestam a sociedade de maneira geral, quando a coisa é urgente lembram logo do telefone do piloto mais próximo. Tem que transportar um convalescente beirando à hora final chama primeiro o piloto depois o médico. O piloto fica de plantão 24 horas todos os dias, de mala pronta esperando um chamado que pode ocorrer a qualquer hora seja de dia ou de noite. Pilotos ficam horas encravados em aeroportos esperando esses patrões, sem saber que horas estarão chegando para voar, é assim quando eles estão trabalhando ou se divertindo. Reclamam da despesa que Estado faz em vôos, mas, os maiores usuários do serviço aéreo do Estado são eles e os seus familiares. Os pilotos que os servem não são responsáveis pelo mau uso que fazem do serviço aéreo. Não se lembram das famílias dos pilotos na hora de sentar a caneta, agem como se nos pilotos não tivesse uma família como qualquer outra pessoa. É raríssimo ver um piloto que não é proprietário de avião utilizando um para seu próprio interesse.

Carlos Gaguim usa de demagogia quando se utiliza das empresas de linhas comerciais para agradar seus companheiros e sei lá mais quem. Despreza um contrato firmado pelo Estado atingindo em cheio dezenas de famílias a ele, o contrato, vinculados. Ainda somos humilhados em notas que parecem celebrar com alegria essa vil decisão. Desprezam anos de serviços prestados no engrandecimento do Tocantins por diversos profissionais que nada mais são do que as asas desse Estado. Tudo isso para agradar políticos que, no momento, estão de posse da caneta e do talão de cheques do Estado.

Como a própria nota diz, essa atitude tem um fim previamente presumido, o ano que vem 2010. Sabem por quê? 2010 é ano político. Será nesse ano que seu mandato tampão vai terminar e se quiser ser eleito por voto direto a governador vai ter que contar com a ajuda imprescindível dos profissionais aviadores para fazer sua campanha. Isso porque o Tocantins é grande em território e uma campanha para governador tem agenda aperta e grandes distancias que só podem ser vencidas por aviões que são pilotados por pilotos profissionais.

Dos pilotos e suas famílias prejudicados pela incoerência de alguns quero me solidarizar. E por tudo isso, dos senhores políticos de ocasião, quero desejar um até breve.

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