quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Este acidente foi o de quarta-feira, nesta quinta outro helicóptero caiu

Piloto Sylvestre Neto, 34 anos, e aluno Felipe Berredo, 18, morreram.
Aeronáutica levou o painel de controle de aeronave para investigar causas.


O helicóptero modelo Robson 22 ficou irreconhecível após o impacto na copa de uma árvore, na manhã desta quarta-feira (21), na serra da Grota Funda, em Guaratiba, Zona Oeste do Rio. A batida foi tão forte que destruiu a cabine e matou o piloto Sylvestre Travassos Neto, de 34 anos, e o aluno Felipe Berredo, que completaria 19 na próxima segunda-feira (26). O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) esteve no local para iniciar a apuração das causas do acidente e, como não há caixa preta, comum neste tipo de aeronave, o painel de controle foi retirado. Ainda não há, no entanto, prazo para o fim da investigação, como mostrou o RJTV.

"O tempo exato de quando vai concluir investigação vai depender da complexidade", explicou o major Silvestre Luiz Ameida Cerqueira, do Cenipa, que também vai analisar as condições meteorologicas no momento do acidente. O tempo mínimo para a conclusão da investigação é de 30 dias.

Os corpos de Sylvestre Travassos Neto, de 34 anos, e Felipe Berredo, de 18, foram retirados da mata na tarde desta quarta-feira (21) e reconhecidos por parentes, muito abalados, no Instituto Médico Legal (IML), no Centro do Rio.

Amigos de profissão do piloto Sylvestre Travassos Neto afirmaram que ele era experiente e tinha mais de mil horas de voo. Segundo o policial da Coordenadoria de Recursos Especiai (Core) e instrutor de voo Leonardo Aranha, o professor Silvestre jamais colocaria a vida dele e de um aluno em risco. Ele dava aulas na Escola de Pilotagem Rio 22. "Ele firmava com o aluno a respeito das condições meteorológicas e da segurança de voo, o prevoo dele durava mais de 30 minutos, então eu tenho certeza que ele não colocou o aluno por dentro da nuvem, sabendo que ele voava por regras de voo visual", afirmou Aranha.

O aluno Felipe Berredo tinha 18 anos e morreu na queda do helicóptero (Foto: Reprodução / Facebook) 
O aluno Felipe Berredo tinha 18 anos (Foto:
Reprodução / Facebook)

Felipe Berredo, natural de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, era considerado um jovem estudioso. De acordo com o instrutor de voo Bruno Dinelli, que deu as aulas teóricas para Felipe, o jovem era muito dedicado e estava terminando o curso para piloto.

"Ele era um garoto super dedicado, que estava sempre interessado nas aulas, nunca faltava e só queria concluir o seu curso para poder exercer a atividade remunerada", declarou Dinelli.
O heliocóptero saiu do aeroporto de Jacarepaguá e seguia em direção a Angra dos Reis, antes da colisão em Guaratiba. A área onde aconteceu o acidente costuma ser usada para voos de instrução, pois tem número menor de aeronaves. O tempo, no entanto, estava bastante nublado e, portanto, com baixa visibilidade.

Além de piloto de helicóptero, Sylvestre era professor de jiu-jitsu (Foto: Reprodução / Facebook) 
Além de piloto, Sylvestre era professor de jiu-jitsu
(Foto: Reprodução / Facebook)
Além de instrutor de voo, Sylvestre Neto também era mestre de jiu-jitsu em uma academia em Jacarepaguá, Zona Oeste. Ele fazia parte de projeto do Instituto Reação, do judoca Flavio Canto, que oferecia bolsas para alunos da Cidade de Deus, também na Zona Oeste.
“Vamos reunir todo mundo para saber o que vamos fazer, para saber até mesmo se o jiu-jitsu vai continuar na academia. Ele era um cara excepcional, recebia todo mundo sorrindo, uma pessoa super do bem. Ele dava bolsa para quem não podia pagar. Tirava do próprio bolso para ajudar as pessoas”, declarou Abreu, que contou ainda que o Silvestre pretendia se casar em junho do ano que vem.

Helicóptero ficou totalmente destruído e e com pedações presos nas árvores (Foto: Janaína Carvalho/G1)
Helicóptero ficou totalmente destruído e e com pedações
presos nas árvores (Foto: Janaína Carvalho/G1)

Muita neblina

O caseiro Júlio César Jesus Pinto, de 40 anos, que viu o acidente, contou que tudo aconteceu muito rápido. "Ele veio da Barra no sentido Santa Cruz e só ouvi o estrondo. Cheguei lá e estava tudo destruído. Um corpo estava pendurado na árvore e outro caído no chão do lado de fora do helicóptero. Na hora do acidente tinha muita neblina, não dava para ver nada. Até carro tinha que ter cuidado para passar aqui na estrada. A visibilidade era péssima", disse Júlio, que trabalha em um sítio próximo ao local do acidente.
O caminhoneiro Marcelo da Silva Gama, 37 anos, viu o momento em que a aeronave estava sem controle. "Ele vinha embicado para baixo e cheguei a comentar com o meu colega que aquele helicoptero estava caindo. Ele bateu numa jaqueira e caiu de vez. Acho que se não tivesse batido nessa árvore, eles teriam sobrevivido. Aqui, quando tem neblina, nao dá para ver nada. Sempre tem acidente de carros e caminhões nessa região", contou.

Corpos das vítimas do acidente de helicóptero são retirados da mata (Foto: Janaína Carvalho/G1)
Corpos das vítimas do acidente de helicóptero são retirados da mata
(Foto: Janaína Carvalho/G1)

Nenhum comentário:

Postar um comentário